Prevenir, detectar e responder

Prevenir

Nos últimos tempos, o papel do compliance nas empresas ganhou uma importância sem precedentes. Muitos ainda enxergam essa função como algo puramente burocrático, ligado apenas a processos e regras. No entanto, o compliance vai muito além: é uma ferramenta essencial para garantir a tomada de decisões éticas, que respeitem leis, normas e políticas da organização. E a estrutura desse processo é baseada em três pilares fundamentais: prevenir, detectar e responder.

Vamos começar falando sobre a prevenção. Aqui, o exemplo deve sempre vir de cima. A alta administração tem a responsabilidade de dar o tom, direcionando a empresa para o caminho correto. Não basta criarmos políticas e procedimentos se não houver uma comunicação clara, que faça com que todos entendam suas responsabilidades. É nesse ponto que entra o treinamento: a integração de pessoas e processos é importantíssima para que o compliance seja mais do que uma simples formalidade, mas parte integrante da rotina de todos na organização.

Certa vez, discutindo com um colega sobre a aplicabilidade do compliance, ele mencionou como a cobrança pode ser um desafio. E eu concordo: precisamos ser firmes na exigência do cumprimento dos processos, mas também compreender as dificuldades individuais. Não se trata de “passar a mão na cabeça”, mas de entender que o equilíbrio entre cobrança e apoio é o que mantém o sistema funcionando de maneira saudável.

Agora, vamos para o segundo pilar: a detecção. Aqui, o compliance se aproxima ainda mais do dia a dia dos negócios. Precisamos estar atentos aos processos que apresentam maior risco e, para isso, auditorias regulares são essenciais. Já vi empresas que negligenciam essa etapa, achando que tudo vai bem até que surge um problema maior. Nesse momento, envolver o departamento jurídico é fundamental. A conformidade não pode ser deixada de lado, especialmente quando algo foge do padrão esperado.

E o que dizer do último pilar, o de resposta? Quando uma não conformidade é identificada, a questão não deve ser apenas sobre “punir”, mas sobre aprender e melhorar. Claro, as consequências precisam ser claras e justas. Já testemunhei situações em que a falta de clareza nas consequências gerou insegurança entre os funcionários, algo que acaba comprometendo o objetivo do compliance. E monitorar os processos e garantir que eles estejam alinhados com os princípios éticos da empresa é essencial para evitar esse tipo de desconforto.

Esses três pilares – prevenir, detectar e responder – funcionam como um alicerce que divide responsabilidades e estabelece prioridades. Um bom programa de compliance protege a empresa de riscos e facilita o gerenciamento do negócio como um todo, alinhando controles internos à realidade da organização. E, assim, estamos mais próximos de construir empresas mais confiáveis e sustentáveis.

No final, o segredo do compliance não é um mistério. É dedicação, trabalho contínuo e, principalmente, disposição de todos os envolvidos em seguir por um caminho ético e responsável. Para que as empresas cresçam de forma saudável, é necessário mais do que um conjunto de regras: é preciso um compromisso coletivo com a integridade.

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Denise Debiasi é CEO da Bi2 Partners (conheça melhor aqui), reconhecida pela expertise e reputação de seus profissionais nas áreas de investigações globais e inteligência estratégica, governança e finanças corporativas (saiba mais), conformidade com leis nacionais e internacionais de combate à corrupção (saiba mais), antissuborno e antilavagem de dinheiro, arbitragem e suporte a litígios (saiba mais), entre outros serviços de primeira importância em mercados emergentes.

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