A visão de que o esgotamento dos funcionários gera lucro é um equívoco que ainda persiste no mundo corporativo. Esta mentalidade não apenas viola princípios éticos fundamentais, como também demonstra um profundo desconhecimento sobre o real caminho para resultados sustentáveis.
Os números do Relatório Global de Engajamento da Gallup (2023) são conclusivos: empresas que priorizam a felicidade de seus colaboradores alcançam 23% mais lucratividade e reduzem o absenteísmo em 78%. Não por acaso, organizações como Heineken, Suzano e Chilli Beans já incorporaram práticas voltadas ao bem-estar em sua estratégia de negócios.
Durante o CONARH 2024, a palestra “Experiência da Alegria no Trabalho” trouxe uma reflexão importante: a qualidade dos relacionamentos interpessoais é o principal fator para a felicidade no ambiente profissional. Este dado é reforçado pela pesquisa “Work Wellbeing Is Good for People — And Profits”, que demonstra como conexões positivas entre colegas e gestores impactam diretamente o desempenho organizacional.
O investimento no bem-estar dos colaboradores transcende a simples busca por resultados financeiros. Quando uma empresa proporciona um ambiente onde as pessoas podem prosperar, está construindo uma base sólida para seu crescimento. Números da Society for Human Resource Management (SHRM) comprovam: a probabilidade de perder talentos cai 86% quando há investimento genuíno no bem-estar das pessoas.
A transformação pode começar com ações simples. Não é necessário criar imediatamente uma diretoria de felicidade. Um workshop, uma roda de conversa ou um momento de feedback positivo podem ser os primeiros passos. O essencial é medir os resultados e expandir gradualmente as iniciativas bem-sucedidas.
A mensagem apresentada no congresso ressoa com força: “100% dos clientes e colaboradores são pessoas. Se não entendermos de pessoas, não entenderemos de negócios”. Esta compreensão precisa permear toda a estrutura organizacional, não ficando restrita apenas ao departamento de RH.
O sucesso financeiro é uma consequência natural quando as pessoas se sentem valorizadas e respeitadas. Precisamos superar definitivamente a ideia ultrapassada de que pressão e sofrimento geram resultados. A responsabilidade de criar ambientes onde os profissionais possam crescer sem comprometer seu bem-estar pessoal não é apenas uma escolha estratégica – é um imperativo moral.
A construção de um ambiente corporativo ético, fundamentado no respeito e no desenvolvimento humano, não é apenas uma escolha moral – é uma decisão estratégica com impacto direto nos resultados.
Os indicadores são inequívocos: quando priorizamos o bem-estar e a realização profissional, geramos um ciclo virtuoso onde a satisfação pessoal se converte em engajamento, produtividade e, consequentemente, em retorno financeiro. Esta é a nova equação do sucesso empresarial.
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Denise Debiasi é CEO da Bi2 Partners (conheça melhor aqui), reconhecida pela expertise e reputação de seus profissionais nas áreas de investigações globais e inteligência estratégica, governança e finanças corporativas (saiba mais), conformidade com leis nacionais e internacionais de combate à corrupção (saiba mais), antissuborno e antilavagem de dinheiro, arbitragem e suporte a litígios (saiba mais), entre outros serviços de primeira importância em mercados emergentes.