Ética e Integridade e os Meios Digitais em Tempos de Fake News

Quanto a falta de controle e facilidade de exposição oferecida pelas mídias modernas contribui para disseminar e dar visibilidade a personagens, informações e promessas falsas? Muito!

Isso explica de forma clara e em grau bastante significativo o descaso com que nossa sociedade vem tolerando e se acostumando ao caos ético e a grave crise de integridade que se instalou no país.

As fake news tornaram-se um fato “comum”, através de um verdadeiro bombardeio massacrante de informação de toda sorte, sem base real, propagadas com intuito de provocar, denegrir, ofender, incitar, enganar, confundir, aterrorizar e influenciar os desprovidos de discernimento e informações, os ingênuos e, por vezes, até mesmo os mais esclarecidos.

O termo fake news atribui o descrédito à falsa mensagem e/ou falsa notícia, porque permite anonimidade e impunidade do seu criador, privando o agredido do direito à defesa e até mesmo à resposta para quem possa ter diretamente maculado sua reputação.

Em nome da sagrada liberdade de expressão, cresce também a banalização das inverdades, a fugacidade das opiniões, os discursos vazios e desprovidos de propósito, as promessas falsas, os golpes cibernéticos propagados à velocidade de um clique, com o único intuito de desorientar, iludir, persuadir, trapacear e reforçar opiniões tendenciosas.

Esses indivíduos que, em número crescente, disparam mensagens deturpadas, muitas vezes prometendo o que não podem cumprir, vendendo qualidades morais que não possuem ou oferecendo produtos e serviços falsos, pensam em nada mais além do benefício próprio, alimentando-se da fragilização da integridade alheia.

Com a pandemia, ficou ainda mais escancarado como as mídias, especialmente as sociais, permitem a promoção de todo tipo de desinformação, gerando o que agora se chama de “infodemia”, uma espiral epidêmica de informações desencontradas e contraditórias, com qualquer tipo de objetivo menos o de transmitir a mensagem honesta, íntegra, com base em fontes confiáveis e éticas.

Nessa infodemia em que vivemos, a avalanche de mensagens torna quase impossível ao cidadão distinguir o fundamentado do inventado, e repudiar os exageros e juízos conturbados de valor, exaltados em manchetes. Na disputa por atenção, opiniões polarizadas e extremistas valem mais que o questionamento e o diálogo; e proliferam as mensagens apelativas para desmoralizar o que é ético e colocar em dúvida valores sociais até hoje tidos como balisadores do certo e errado, verdade e mentira, autoritarismo e democracia.

Dessa forma, fica claro que não podemos deixar tais meios de propagação desprovidos de filtros, regras e legislação. Não se trata de censura, mas de remediação do caos que se instalou nos meios de comunicação para evitar a manipulação coletiva através da proteção do sistema vigente colocando a ética e a integridade em seu cerne.

Na esteira dos recentes avanços regulatórios para o ambiente digital, como  a nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o Marco Civil da internet, que visam regular a captação e uso da informação, protegendo a privacidade dos cidadãos e fortalecendo o estado de direito e as instituições, os meios de comunicação digitais também precisam sujeitar-se a regras específicas, que motivem o empreendimento de esforços algorítmicos mais eficazes de rastreamento e combate de fake news, golpes, obscurantismos, calúnias, difamações, atentado ao pudor e à segurança social, em geral comandados por grupos mal intencionados, com interesses escusos e até mesmo de crime organizado.

Por Denise Debiasi, Country Manager e Líder de Investigações Globais na Bi2 Partners.

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